quinta-feira, 10 de março de 2011

Sexta feira macabra


Na sexta feira apanhei um enorme susto com o pequeno. Estava no colégio a vê-lo mascarado, quando ao mudar a fralda a educadora chamou-me para ver, tinha uma cara muito comprometida o que me deixou logo assustada. Assim que olhei para a fralda senti o chão a fugir-me, tinha diarreia e um muco cheio de sangue. Tentei manter a calma ao pé do pequeno que até estava muito bem disposto e sai logo cá para fora, liguei ao papá para lhe contar o que se passava e claro desatei logo a chorar.

Apesar dos nervos, lá me controlei, liguei para a Saúde 24 que me disse para entrar em contacto com o pediatra e este calmamente disse para depois da parte da tarde marcar uma consulta (digamos que o pediatra do L. é muito bom em consultas de rotinas, mas para casos de urgência deixa muito a desejar).

Claro que não esperei até a essa hora... fomos buscar as coisas necessárias a casa e fomos para a Sap. Para milagre, fui logo atendida. A primeira pergunta que o médico me faz depois de dizer o que tinha o bebé, foi:
- À quanto tempo não é desparasitado? (Eu com uma cara de "mas estou no veternário?") Sabe que o têm de desparasitar de 6 em 6 meses? - Depois de ver a minha cara de quem ia fugir dali, o médico lá explicou o porquê da pergunta e desmanchou-se em mil explicações. Básicamente as crianças andam em contacto com tudo e constantemente com as mãos no chão e apanham os mais diversos parasitas, e.t.c. Têm lógica! Até porque tenho animais em casa.

Bem, depois de toda a explicação o médico escreveu uma carta para o hospital e disse que ele deveria de ser observado de imediato. Assim, fomos parar ao hospital, onde também fomos rápidamente atendidos. Expliquei tudo à médica e depois de o observar esta mandou-me para casa. Para eu ter calma, que possivelmente ele tinha uma gastroentrite e que devido à diarreia fez uma fissura. Mas de qualquer forma para ficar sempre em alerta e se voltasse a acontecer para levar a fralda e voltar lá de imediato. Disse para não esperar nem um minuto se ao mesmo tempo que voltasse a aparecer sangue ele demonstrasse muitas dores também.

Assim, um pouco mais traquila (devo dizer, não muito) voltámos a casa, para fazer as malas, pois iamos passar o Carnaval fora. (Só fomos também, porque estavamos perto do hospital) Enquanto faziamos as malas o L. lá fez outra cacá e quando a fui mudar fiquei pregada ao chão. Tinha novamente sangue! Menos que da primeira vez, mas era sangue e isso deixou-me angustiada. Acabámos de preparar as malas, pus a fralda no saco e toca de rumar novamente ao hospital.

Já lá, entrámos logo e fomos direitinhos à médica, que pegou logo na fralda para observar. Chamou outro médico mais velho e os dois olharam para mim e disseram: Vamos mandar a fralda para a copa - sorriram - mandar fazer uma cultura.
 Os dois desapareceram e ali ficámos os três muito calados, sem saber muito bem o que pensar. Entretanto a médica voltou e disse que a fralda iria para fazer uma cultura para despistar parasitas ou outros bichinhos que pudessem provocar aquilo e que iria fazer uma eco.

Ora aqui é que começa o meu terror! Quando chegámos à porta da sala da eco, saí de lá o técnico que começa logo a perguntar: - Este é o menino da invaginação? - ao que eu passo logo a perguntar: - Invaginação? Não nos disseram nada disso, que se passa? O que é isso? (o meu marido só dizia, mantêm a calma)
O médico ficou com cara de quem já não sabia o que fazer, cara de quem falou demais, ainda tentou se esquivar à minhas perguntas. Mas lá fez o esforço e explicou: Invaginação intestinal, é quando o intestino entra dentro dele próprio, isso provoca dores e um muco com sangue nas fezes.

Estava apavorada, só o nome não me soava nada bem e a explicação não ajudou em nada. Para ajudar na festa o meu filho dificultou a eco ao maximo, tanto que eu e o pai, ponderavamos sedá-lo. Mas o melhor foi depois de estar ali uns 20 minutos a tentar fazer a eco à criança e desta gritar e esbravejar com todas as forças da sua alminha, o técnico pára, senta-se na cadeira com um olhar muito sério, sem disser uma palavra. Esteve assim uns 5 minutos, como se tivesse descoberto (e não estou a brincar), algo tão grave que não sabia como nos dar a notícia. Até que o meu marido já com os nervos, lhe pergunta: -E então? - ao que responde: - Não consigo fazer, ele não está quieto e é impossível! - Estive quase para o esganar!

A nossa sorte é que entrou logo uma médica e disse logo, ou faziamos e ele estava quietinho ou sedavamos-o, porque a eco tinha de ser feita. Mas o L. depois de tanto chorar, perdeu as forças e foi sossegando o que permitiu acabar a eco. Resultado: A médica não viu nada que mostrasse a tal invaginação, mas também disse que podia se ter formado e voltado ao normal. Com o diagnóstico, voltámos à médica inicial que nos explicou que parecia estar tudo bem, para ficar em alerta, mas o provavel era que não ia mais acontecer. Disse-nos que a cultura iria demorar 2 ou 3 dias e que se não houvesse nada de mal não seriamos sequer contactados. Explicou também caso fosse a invaginação do intestino a cura seria com um clister e se não resultasse o menino seria operado.

Depois disto lá fomos passar o Carnaval, mas eu acabei por não fazer quase nada porque depois do susto, não tinha animo para nada. O pirralhito ficou melhor e andava todo contente. Nunca mais apareceram nenhuns sintomas estranhos e também não recebemos nenhum telefonema, o que foi muito bom. Mas o susto foi muito grande!

3 comentários:

  1. Eu nem quero imaginar...Ainda bem que tudo não passou de um susto!
    As melhoras*

    ResponderEliminar
  2. Que susto...
    MAs ainda bem que não passou de um susto. :)

    ResponderEliminar
  3. Bolas, imagino a vossa preocupação. Ainda bem que já está melhor!

    ResponderEliminar